IBIÚNA – PREFEITO PEDE AJUDA PARA O HOSPITAL 4ge4y
Uma professora perguntou-me o que estava achando da atual istração de Ibiúna. Respondi que achava muito cedo para opinar, pois o novo governo está no comecinho do mandato, apenas quarenta e cinco dias. Era claramente necessário adiar a resposta.
A conversa no momento girava em torno do hospital municipal que havia sido visitado há poucos dias por um deputado estadual, acompanhado de um vereador, que teria observado algumas situações insatisfatórias. Prometeu uma emenda de pouco mais de R$ 300 mil que devem desembarcar na conta municipal daqui a alguns meses.
Pelo que se soube, o atual secretário da Saúde fora chamado para atender ao parlamentar e teria dito, sobre falta de insumos, motivo de queixas dos pacientes e de seus parentes, que o novo governo tinha recebido a prefeitura “falida”.
Resumindo a ópera: a prefeitura foi entregue “quebrada” motivo pelo qual está tentando se virar nos trinta para enfrentar também outros compromissos que exigem dinheiro.
Também teria dito que já estavam providenciando licitação para aquisição dos materiais que estão em falta, ressalvando que, por questões burocráticas e legais, essa medida leva um tempo para produzir seus efeitos.
Não é incomum que os próprios pacientes ou seus parentes tenham que ir a uma farmácia para comprar medicamentos prescritos ou materiais para realização de exames.
Se a pergunta me fosse feita agora, acho que responderia da seguinte forma: a falta de dinheiro é apontada pela autoridade como a principal causa do engessamento do Executivo no que diz respeito a ações efetivas e reclamadas não apenas pelos usuários do hospital, mas também da situação precária das estradas e de outros serviços públicos.
O prefeito, então, como se vê em suas postagens nas redes sociais, se mobiliza intensamente e, como único porta-voz no Executivo, se tornou personagem onipresente em eventos, como a recente ida em Brasília para onde voaram os prefeitos paulistas a convite da Presidência. Ele aparece ao lado de parlamentares que prometem apoio. A um deputado federal, pede ajuda para o hospital.
Em que pese seu notório esforço, a questão da saúde é tema para ontem, pois as necessidades dos indivíduos são em geral prementes, influenciando diretamente nos procedimentos médicos e nos tratamentos, e qualquer falha, na percepção dos pacientes e dos seus familiares, gera naturalmente algum tipo de reação negativa. As angústias ou desesperos das pessoas são reveladas nas redes sociais. A saúde sempre é uma questão delicada.
Quando não há dinheiro e nenhum mecenas por perto a mais recomendável das condutas é a transparência nas informações públicas dos fatos reais, e agir com base no principio da prioridade (urgência e emergência, na linguagem hospitalar) focando todas as atenções no paciente, o que, não raro, pode até se produzir um milagre em alguns casos, como acontece de fato pelo empenho dos profissionais da saúde.
Quem acompanha a existência do hospital municipal sabe muito bem do seu círculo vicioso, sempre com problemas crônicos insuperáveis e, como sabem, viveu até mesmo um episódio irônico: chegou a ser fechado quando o prefeito era um médico.
Nós que amamos essa terra, estamos na torcida de que esse momento especialmente de extrema dificuldade seja superado e que o prefeito e sua equipe encontrem o caminho de dias melhores para todos, como nos foi prometido.
Não custa lembrar o que temos escrito nestas páginas: a saúde pública que tem o hospital municipal como cenário central é o problema número 1 do município de Ibiúna, há décadas! E isso não pode continuar, pois a tendência é que as dificuldades se tornem ainda maiores, porque a população continua a crescer, e mais vidas precisarão ser bem-cuidadas.(C.R.)